Descrição
É o diglicinato de azeloil potássio, um ativo dermocosmético derivado da condensação do ácido azeláico com a glicina. O sal é obtido pela reação entre a glicina previamente clorada, ácido azeláico e o hidróxido de sódio de potássio em meio suficientemente aquoso para favorecer a reação.
Mecanismo de Ação
É um ativo clareador; sebo normalizante; anti acneico e anti-queratinizante. Melhora a hidratação e a elasticidade da pele. Não é comedogênico, e é hipoalergênico. Além disso, é hidrossolúvel, sendo facilmente incorporada nas formulações, não apresentando problemas farmacotécnicos, muito comuns quando se manipula o ácido azeláico.
Indicação
É indicada no bloqueio, redução e prevenção das manchas de pele; como normalizador da secreção sebácea; no tratamento e na prevenção da acne e como adjuvante na redução de rugas.
Contra Indicação
Deve ser usada com cuidado em mulheres grávidas ou lactantes. A relação risco/benefício nesses casos deve ser discutida com o médico.
Sugestões de Fórmulas
3 a 10% / ao dia.
Para loções e cremes.
Estudos Clínicos
Propriedade clareadora: A Azeloglicina tem potencial terapêutico na rosácea e nas desordens hiperpigmentantes. A utilização da Azeloglicina em produtos tópicos está relacionada ao fato do ácido azeláico naturalmente produzido pelo Pityrosporum ovale, ser uma causa conhecida de um dos desequilíbrios da pele, denominado pityriasis vesicolor, que se caracteriza pelo aparecimento de manchas leucodérmicas por falta da melanina. Esta despigmentação da pele se deve à inibição da tirosinase pelo ácido azeláico.
A Azeloglicina imita a natureza e também inibe a tirosinase exercendo assim sua ação clareadora. A resposta da Azeloglicina pode ser notada em apenas 21 dias de aplicação contínua, não só pelo clareamento como também pelo bloqueio do avanço da mancha. Os resultados máximos se concretizam após 2 a 3 meses, quando a Azeloglicina além de prevenir o aparecimento de novas manchas, continua exercendo sua ação clareadora sobre as manchas existentes.
Propriedade sebonormalizante: Azeloglicina reduz os níveis de ácidos graxos livres no sebo, ao mesmo tempo em que reduz o número de Propionibacterium e Micrococci intrafoliculares, sem interferir na produção sebácea normal. Sabe-se que o efeito redutor da Azeloglicina sobre os ácidos graxos se deve à inibição competitiva da 5-alfa-redutase, bloqueando a conversão da testosterona a diidrotestosterona (DHT). A ação normalizadora de lipídeos é muito evidente na região da testa e do queixo.
Propriedade antiacnéica: Azeloglicina interfere na patogenesia da acne por sua propriedade anti-queratinizante, antibacteriana; antiinflamatória e sebonormalizante. Em baixas concentrações, a Azeloglicina apresenta propriedades bacteriostáticas contra uma extensa variedade de aeróbios S. aureus, S. epidermidis, E. coli, P. aeruginosa, C. albicans e anaeróbios (Propionibacterium acnes). Em altas concentrações, age como bactericida contra S. epidermidis e S. aureus
Propriedade anti-queratinizante: A Azeloglicina é um agente anti-queratinizante devido ao seu efeito citostático antiproliferativo sobre os queratinócitos.
Propriedade hidratante: A Azeloglicina hidrata a pele e dá mais elasticidade porque está ligada a duas moléculas de glicina.
Avaliação de Eficácia
O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia clareadora da Azeloglicina em pele hipermelanizada e normal. Uma solução aquosa na concentração de 3% de Azeloglicina foi preparada e aplicada em cinco voluntários. Esta solução foi aplicada em pontos hipermelanizados no dorso de suas mãos e em regiões de pele normal. As regiões foram cuidadosamente selecionadas e suas localizações anotadas. O tratamento foi realizado com duas aplicações diárias da solução de Azeloglicina. Após três semanas de tratamento, foi realizado o acompanhamento da cor da pele utilizando um colorímetro.
Os parâmetros utilizados no colorímetro foram a luminosidade (Fig 1), faixa vermelho-verde e faixa amarelo-azul que juntas definem a cor da pele. A referência interna para a realização das medidas foi a pele não tratada monitorada no início e no final do tratamento. Como resultado, obteve-se um aumento significativo da luminosidade em todas as áreas em que a Azeloglicina foi aplicada. A eficácia do clareamento também ficou evidente na faixa vermelho-verde que mostrou uma diminuição de 10,1% na pigmentação das manchas e 12,2% na pigmentação da pele normal. ISPE Study 104/97/00 (Oct 8, 1997).
Avaliação do efeito sebonormalizante
O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia sebonormalizante da Azeloglicina. Uma solução aquosa na concentração de 3% de Azeloglicina foi preparada e aplicada em cinco voluntários que possuíam pele oleosa e afetada pela acne, duas vezes ao dia por um período de três semanas. Utilizando um sebometer, foi analisado os níveis de lipídio cutâneo na testa, nariz e queixo. Como resultado, foi obtido uma redução dos lipídios cutâneos de 29,4%, 27,0% e 31,3% na testa, nariz e queixo, respectivamente. Nota-se que a Azeloglicina é efetiva no tratamento de pele oleosa afetada com acne, reduzindo significantemente o excesso de lipídio cutâneo. ISPE Study 102/97/00 (Oct 8, 1997).
Avaliação do efeito sobre a hidratação e elasticidade
O objetivo deste teste foi verificar a atividade da Azeloglicina na manutenção na elasticidade, hidratação e suavidade da pele. Uma solução aquosa na concentração de 3% de Azeloglicina foi preparada e aplicada em cinco voluntários em áreas específicas da face, duas vezes ao dia por três semanas. Como resultado, foi verificado que os valores de umidade basal da pele tiveram um aumento 12,7% na testa e 8,2% na bochecha e a viscoelasticidade na testa aumentou 2,5%. ISPE Study 103/97/00 (Oct 8, 1997). Nota-se pelos estudos clínicos que a Azelogicina possui todas as propriedades do Ac.Azeláico e ainda características adicionais de um ingrediente multifuncional.
Avaliação toxicológica
A)Irritação da pele
Para a realização deste teste, foram selecionadas 20 pessoas e nelas foi aplicado um patch oclusivo com Azelogicina (30% ativa) por um período de 48 horas. A atividade irritante foi avaliada clinicamente 30 minutos após aplicação para avaliar o efeito irritativo imediato e após 48 horas. Nenhum sinal de irritação imediata e/ou provocada por exposição de 48 horas foi apresentado. Portanto, Azeloglicina pode ser considerada não-irritante. ISPE Study 31/98/00 (Feb 23, 1998).
B) Hipoalergenicidade
Este teste visa avaliar se a Azeloglicina possui também uma ou até uma mistura de substâncias que podem se apresentar como alérgenos. Para a realização deste teste, foram selecionadas 20 pessoas e nelas foi aplicado um patch oclusivo com Azelogicina (30% ativa) por um período de 48 horas. Depois de retirado o patch, as reações induzidas na pele foram avaliadas por 24 e 48 horas. Nenhuma reação alérgica foi observada, concluído que a Azeloglicina é hipoalergênica. ISPE Study 52/01/01 (Mar 21, 2001).
C) Irritação dos Olhos
O potencial irritante de membrana de mucosa foi avaliado observando os efeitos ocorridos na membrana corialantóica de ovo após exposição a Azeloglicina. Os resultados possibilitaram concluir que Azeloglicina pode ser vista como não irritante de membranas mucosas. ISPE Study 26/98/00 (Mar 6, 1998).
Referências
Cosmetics & Toiletries magazine, Vol. 117, Nº3, p. 43-50, march 2002.